quinta-feira, 30 de junho de 2011

A cultura do shopinng center não é unânime!

Quando fui ao Rio de Janeiro, um cara bacana, do carro que alugamos, incluiu na rota de pontos a serem visitados, o shopping. E perguntei-lhe: - O que eu poderia gostar de ver em um lugar como esse, que tem em toda cidade grande?
Ele respondeu: - (...) "mas, o shopping ao qual vou te guiar é vertical".
E eu, - "Puxa, tô criando uma espécie de fobia a esses aglomerados de prateleiras e “bancas” com artigos supérfluos. Não sou uma chata, hein! Mas, me leva pra conhecer uma outra banda do Rio de Janeiro, que não passe pelo shopping".

E... o Rio de Janeiro me fez sentir como se há séculos a liberdade não soprasse os meus cabelos... e agora ali... batendo em minha cara. Ao contrário da minha última estada numa cidade grande, onde o povo se acotovelava na passagem do sinal, lá na Avenida Central parecia que o Tempo inimigo dos homens não acompanhava os seus passos. O cárcere da minha alma fincada num pelourinho da Terra Natal, rompeu-se em possibilidades de outras vidas fora de mim. A Lapa redesenhou meu rosto, pintou de luzes, com nuances dosadas de penumbra, os becos da minha existência. A música do “Carioca da Gema” desceu do morro e me fez olhar de peito aberto a guerra incessante da humanidade que não se mistura em preto e verde. Nenhuma bala atingiu o espírito das coisas escritas no bronze da estátua de Drumond. As geografias, as encostas, escudavam a sensação do perigo, e eu me derreti displicente diante da poesia dos poetas, que não cantam senão a verdade: "O Rio de Janeiro continua lindo". Rendi-me ao gigante abraço do redentor. Muito embora ali mesmo eu tenha sido confundida com uma atriz
estadunidense de uma premiada série de televisão – Lost. E impossibilitada de convencer um bando de estudantes com canetas na mão, que me cercavam ameaçadoramente (não sabia o que era aquilo), fui obrigada a quebrar minha sensação de bem estar dando autógrafos aleatoriamente.  Ufa!!!! Nem tudo pode ser perfeito.




O que quero dizer enfim, é que não importa o lugar, sempre podemos enxergar além daquilo que o mundo pós-moderno quer que enxerguemos, ou aquém.

... sai atrás de “focos” na zona rural de Pio IX, num dia de pouco progresso, mas jantei na casa de um cidadão que guardava numa caixa de papelão todo o seu gado, de quando era criança. Quem aqui já brincou de curral de ossinhos?


Um comentário:

  1. Maravilhosa essa nossa Rosa, cada vez melhor, cada vez me emociona e me faz pensar, não dá pra olhar e ler apenas uma vez. Cada visita leio tudo de novo e de novo novas emoções!!!

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